Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, Museu de Arte Sacra de Mato Grosso, Museu de Arte Sacra de São Paulo e Ação Cultural apresenta a exposição coletiva “Qual é a sua cruz?”. Apresentando cruzes criadas por artistas representativos do centro-oeste brasileiro, configurando em uma seleção apurada que tem por objetivo fomentar experimentações artísticas em torno de um tema fundamental para formação da cultura nacional
Com a curadoria de Daisy Estrá, a mostra QUAL É A SUA CRUZ?” apresenta uma fantástica coleção particular de 79 cruzes elaboradas por 56 artistas do centro oeste brasileiro, entre eles: Adir Sodré, Babu 78, Benedito Nunes, Conceição Bugres, Clovis Irigaray, Dalva de Barros, Gervane de Paula, Humberto Espindola, João Sebastião, Waldomiro de Deus, Paulo Pires, entre outros nomes de fundamental importância na representação das artes plásticas da região.
“Trata-se de uma oportunidade rara já que não são obras de acervos públicos e sim particular, vê-las depende de proprietários altruístas, que ao dispô-las, compartilham com o público a riqueza da cultural brasileira.
A coleção constrói uma narrativa imagética que acaba sendo sintética de uma das regiões mais ricas culturalmente do Brasil.”, afirma Daisy Estrá.
A coleção é resultado do projeto do artista Gervane de Paula, intitulado “Sofram Comigo”, que partindo de uma necessidade própria enquanto confeccionava suas próprias cruzes, convidou os demais expositores a responder plasticamente, resultando em um conjunto de estilos e narrativas variadas, onde podemos observar a criação e atitude individual de cada um.
“As temáticas abordam fenômenos transitórios da realidade cotidiana – sobre cruzes de madeira, cores quentes e fortes, entremeadas por materiais inusitados como chifres, couro de boi, casco e ossos de animais, pedras, cerâmica, lata, borracha, tecido, plástico e tantos outros materiais, formam uma complexa rede que exprime o universo simbólico de cada artista.
A intenção é propiciar ao visitante um entendimento melhor do centro-oeste brasileiro ao “abrir as portas” do cerrado de forma poética, sem cair nos estereótipos que mais embaralham do que esclarecem. Não há no projeto uma linha estética engessada e pode-se ver produções mais acadêmicas até arte urbana altamente contestadora e politizada. O que as une no conjunto é a criação de uma espécie de RG artístico da região em que atuam, trazendo nomes de gerações distintas para conversar com a contemporaneidade”, finaliza Daisy Estrá.